Onde posso encontrar o ruido do tempo? -
perguntei à criança. Ela cegou-me:
Mergulhando os dedos no verde do mar.
Esqueci as amendoeiras em flor
A enevoarem o azul do céu
O Outono enrugou o meu olhar
Onde posso encontrar o ruido do tempo? -
perguntei à criança. Ela cegou-me:
Mergulhando os dedos no verde do mar.
Esqueci as amendoeiras em flor
A enevoarem o azul do céu
O Outono enrugou o meu olhar
Entra-se no poema com o espírito aberto à plenitude.
É essa a verdadeira busca.
Depois, a satisfação da descoberta.
E tantas há a fazer!
Uma ideia original no fluir por vezes amargo do pensamento.
Uma perspetiva nova a abrir no meio do que já estava cansadamente gasto.
A peça que faltava num puzzle há tanto tempo perseguido.
A beleza pura, não contaminada pela vulgaridade das regiões mais baixas
(obstinadamente coladas à vida do dia a dia).
Uma compreensão mais larga e iluminada que leva à expansão do espírito,
arrancando as palas que roubam o sonho e o horizonte.
A fraternidade com o poeta;
ou, se sou eu o poeta,
a fraternidade com as coisas mais vulneráveis e frágeis do mundo:
a flor,
o tremular das ondulação de um lago,
o olhar aberto e desarmado de uma criança,
o sorriso hesitante de uma jovem mulher.
Enfim, descobrir-se mais vivo,
em vez de apenas existir;
recuperando a beleza,
em vez de apenas fugir da fealdade .
(imagem tirada de Haiku, poesía japonesa para liberar las emociones ) Onde posso encontrar o ruido do tempo? - perguntei à criança. Ela ...